De Frente Pra Costa
As primeiras palestras do Ciclo de Debates De Frente Pra Costa, no ano de 2012, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), foram proferidas na tarde do dia 18 de abril, na sala Calouste Gulbenkian, da Fundaj/Casa Forte (avenida 17 de agosto, 2187). As palestras foram as do professor Valdir Manso, do Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha, da UFPE, e da técnica Andrea Olinto, do Gerenciamento Costeiro de Pernambuco, da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) de Pernambuco.
O professor Valdir Manso, que já havia participado de outra palestra do De Frente Pra Costa, em 2009, voltou a falar de problemas costeiros que ele estuda há mais de vinte anos, as erosões marinha e ribeirinha. Manso, que é doutor em Geologia pela UFRGS e é chefe do Departamento de Geologia da UFPE, iniciou sua palestra remontando a um artigo do historiador José Antônio Gonsalves de Mello Neto, publicado em 11 de dezembro de 1949, que se refere a um documento de 1737, que era um pedido da Câmara do Recife, pedindo providência da prefeitura contra o longo emprego das pedras dos arrecifes em construções em certo trecho do areial em torno do forte das cinco pontas. O documento afirma que o estrago é enorme e que o ecossistema deve ser preservado.
Manso se reportou ao passado, para explicar como é antigo esse problema da erosão marinha no Recife, por conta, principalmente da urbanização da cidade. O professor contou que o assoreamento da área do Porto, no bairro do Recife, foi responsável por, entre outras coisas, pelo favorecimento de uma grande faixa de areia que cobre a melhor praia do Recife, na questão da preservação do seu ecossistema, a praia do Pina. No entanto, as obras de ampliação do Porto da capital pernambucana acabaram por destruir uma praia que já existiu e que não se verá mais nunca, a Praia do Brum, que desapareceu do mapa e que ficava por traz do, ainda existente, Forte do Brum, no bairro do Recife.
Porém, o professor da UFPE revelou que há boas notícias a dar, com relação a praias que se encontram preservadas no litoral pernambucano, como a Praia do Porto, no município de Barreiros.
Valdir Manso explicou que a erosão costeira é uma mudança espacial da linha de costa (diminuição em metros da faixa de areia), uma linha de recuo e que essa parte vai ter erosão, perda de sedimento, com perda de patrimônio às vezes, inclusive, e que isto é um fenômeno mundial. “A onda do mar precisa de espaço para dissipar a energia dela, numa praia em que a onda chegue à costa a 1 metro e 20 centímetros de altura numa faixa de 30 metros de areia, há espaço para haver a dissipação necessária de energia e, nesse caso, não há erosão. Contudo, se for diminuída (e/ou asfaltada e concretada) essa faixa de areia e as ondas atingirem altura maior - uns 3 metros, por exemplo - acaba ocorrendo a erosão.
Andrea Olinto, da SEMAS, abordou a experiência do Monitoramento Ambiental Integrado (MAI), projeto que envolve um comitê interinstitucional, com várias entidades, como a UFPE, o CPRH, a Condepe/Fidem, o CNPq e a Finep - com recursos -, além do Ministério Público de Pernambuco, que cobrou as ações de contenção da erosão costeira nas cidades pernambucanas do litoral da Região Metropolitana do Recife. Andrea informou que as obras de contenção feitas, até então, foram apenas pontuais e mal planejadas, e que a construção de espigões muito próximo à costa contribuiu para o aumento da erosão nas praias de Candeias, Piedade, Boa Viagem, Bairro Novo, Casa Caiada e Janga. "O Projeto Orla: Regeneração das prais de Jaboatão dos Guararapes, Recife, Olinda e Paulista veio justamente para recuperar a área de uso comum do povo, para minimizar o processo erosivo", reforçou a técnica da SEMAS.
O evento De Frente Pra Costa é promovido, desde o ano de 2008, pela Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia (CGEA), da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj, tendo sempre dois ciclos de palestras por semestre. Já foi coordenado pelo pesquisador Tarcísio Quinamo, da Fundaj, juntamente com o pesquisador Cristiano Ramalho (que atualmente é professor da Universidade Federal de Sergipe), e hoje é coordenado pela pesquisadora Juvenita Lucena. As suas reuniões já tiveram palestras do economista ecológico Clóvis Cavalcanti, ex-superintendente do Instituto de Pesquisas Sociais da Fundaj e atual coordenador-geral de meio ambiente da Dipes/Fundaj, e da historiadora e doutora em antropologia social, Rita de Cássia Araújo, coordenadora do Cehibra da Meca/Fundaj, sobre hábitos, costumes e a relação da população pernambucana com as praias e os rios, desde o Brasil Colônia, passando pelo império, até a República.
O professor Valdir Manso, que já havia participado de outra palestra do De Frente Pra Costa, em 2009, voltou a falar de problemas costeiros que ele estuda há mais de vinte anos, as erosões marinha e ribeirinha. Manso, que é doutor em Geologia pela UFRGS e é chefe do Departamento de Geologia da UFPE, iniciou sua palestra remontando a um artigo do historiador José Antônio Gonsalves de Mello Neto, publicado em 11 de dezembro de 1949, que se refere a um documento de 1737, que era um pedido da Câmara do Recife, pedindo providência da prefeitura contra o longo emprego das pedras dos arrecifes em construções em certo trecho do areial em torno do forte das cinco pontas. O documento afirma que o estrago é enorme e que o ecossistema deve ser preservado.
Manso se reportou ao passado, para explicar como é antigo esse problema da erosão marinha no Recife, por conta, principalmente da urbanização da cidade. O professor contou que o assoreamento da área do Porto, no bairro do Recife, foi responsável por, entre outras coisas, pelo favorecimento de uma grande faixa de areia que cobre a melhor praia do Recife, na questão da preservação do seu ecossistema, a praia do Pina. No entanto, as obras de ampliação do Porto da capital pernambucana acabaram por destruir uma praia que já existiu e que não se verá mais nunca, a Praia do Brum, que desapareceu do mapa e que ficava por traz do, ainda existente, Forte do Brum, no bairro do Recife.
Porém, o professor da UFPE revelou que há boas notícias a dar, com relação a praias que se encontram preservadas no litoral pernambucano, como a Praia do Porto, no município de Barreiros.
Valdir Manso explicou que a erosão costeira é uma mudança espacial da linha de costa (diminuição em metros da faixa de areia), uma linha de recuo e que essa parte vai ter erosão, perda de sedimento, com perda de patrimônio às vezes, inclusive, e que isto é um fenômeno mundial. “A onda do mar precisa de espaço para dissipar a energia dela, numa praia em que a onda chegue à costa a 1 metro e 20 centímetros de altura numa faixa de 30 metros de areia, há espaço para haver a dissipação necessária de energia e, nesse caso, não há erosão. Contudo, se for diminuída (e/ou asfaltada e concretada) essa faixa de areia e as ondas atingirem altura maior - uns 3 metros, por exemplo - acaba ocorrendo a erosão.
Andrea Olinto, da SEMAS, abordou a experiência do Monitoramento Ambiental Integrado (MAI), projeto que envolve um comitê interinstitucional, com várias entidades, como a UFPE, o CPRH, a Condepe/Fidem, o CNPq e a Finep - com recursos -, além do Ministério Público de Pernambuco, que cobrou as ações de contenção da erosão costeira nas cidades pernambucanas do litoral da Região Metropolitana do Recife. Andrea informou que as obras de contenção feitas, até então, foram apenas pontuais e mal planejadas, e que a construção de espigões muito próximo à costa contribuiu para o aumento da erosão nas praias de Candeias, Piedade, Boa Viagem, Bairro Novo, Casa Caiada e Janga. "O Projeto Orla: Regeneração das prais de Jaboatão dos Guararapes, Recife, Olinda e Paulista veio justamente para recuperar a área de uso comum do povo, para minimizar o processo erosivo", reforçou a técnica da SEMAS.
O evento De Frente Pra Costa é promovido, desde o ano de 2008, pela Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia (CGEA), da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj, tendo sempre dois ciclos de palestras por semestre. Já foi coordenado pelo pesquisador Tarcísio Quinamo, da Fundaj, juntamente com o pesquisador Cristiano Ramalho (que atualmente é professor da Universidade Federal de Sergipe), e hoje é coordenado pela pesquisadora Juvenita Lucena. As suas reuniões já tiveram palestras do economista ecológico Clóvis Cavalcanti, ex-superintendente do Instituto de Pesquisas Sociais da Fundaj e atual coordenador-geral de meio ambiente da Dipes/Fundaj, e da historiadora e doutora em antropologia social, Rita de Cássia Araújo, coordenadora do Cehibra da Meca/Fundaj, sobre hábitos, costumes e a relação da população pernambucana com as praias e os rios, desde o Brasil Colônia, passando pelo império, até a República.
Fonte: FUNDAJ
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