Restinga, desconhecida e ameaçada
Destruição de parte da vegetação remanescente em Matinhos abre a discussão sobre a preservação desse ecossistema
A restinga ajuda a conter o avanço da areia e a entrada do mar |
No Balneário Riviera, pedras para conter avanço do mar e, em Caiobá, área que teria sido alterada pela ação das máquinas: IAP diz que ocorreram mudanças mínimas |
A restinga, presente nas dunas das praias e considerada Área de Preservação Permanente (APP), é um ecossistema formado por um tipo de vegetação que nasce entre o ambiente marinho e o terrestre. “Ela protege a cidade do avanço tanto das areias [provocado pelos ventos], quanto do mar e os danos que podem ser causados por ressacas”, explica o professor.
De acordo com Angelotti, houve descaso do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em autorizar a operação de máquinas no local e provocar a retirada do ecossistema. “Matinhos já sofre com a erosão e a prefeitura ainda destrói essa barreira natural”, reclama. Por ironia, no mesmo local existe uma placa colocada pela prefeitura e IAP que alerta a população sobre a preservação do local.
Resposta
Sobre a autorização para o uso das máquinas, o IAP informa que ela foi dada apenas para a remoção de areia de uma parte da calçada próxima à restinga. Segundo o Instituto, após a denúncia do professor foi realizada uma vistoria no local e constatou-se que os danos da intervenção foram mínimos. O IAP fez um relatório e o enviou à prefeitura delimitando onde as máquinas podem passar, onde é permitido depositar areia e quais atividades de manutenção podem ser realizadas no local. A Secretaria de Meio Ambiente de Matinhos foi procurada pela reportagem para falar sobre o caso, mas ninguém foi encontrado.
Sobre a sujeira nesses locais, o IAP informou que a responsabilidade da retirada do lixo do local é das prefeituras dos municípios, que têm recebido ajuda da Operação Verão na coleta de lixo e limpeza da orla e das restingas.
Projeto de engorda não saiu do papel
A ausência da vegetação nas areias de Matinhos é um dos motivos que levam a cidade a ter terrenos quase cobertos pela água do mar. Casas na beira-mar, próximas ao centro da cidade e ao Balneário Florida, que apresenta áreas com erosões avançadas, sofrem com a ameaça de ressacas. “A especulação imobiliária destruiu as restingas”, afirma o professor Angelotti.
A empresária Maria do Carmo Chemin de Oliveira, moradora da região, diz que se não houvesse pedras na areia, a água já teria avançado mais e destruído terrenos que ficam de frente para o mar. “Minha casa e a dos vizinhos está com o piso rachado”, diz ela, que participa do movimento Matinhos Pede Socorro.
Ela e outros moradores reclamam da demora na realização das obras para a revitalização da orla de Matinhos. Um projeto, já aprovado, faria a “engorda” da praia entre os balneários de Caiobá e Flórida, áreas afetadas pela erosão. As obras, entretanto, dependem de um projeto de responsabilidade do governo do Paraná. “Esperamos isso por muito tempo e não temos resposta”, disse o também empresário João Carlos Bencz.
De acordo com o governo do Paraná, a demora para a concretização do projeto ocorre porque o governo anterior tinha apenas um projeto básico, que não englobaria todas as necessidades e estudos para as obras. Em novembro de 2011, o governador Beto Richa autorizou a liberação de verba para a contratação de uma empresa que fará os estudos necessários ainda este ano. Segundo o governo, o processo deve ser longo.
De acordo com Angelotti, houve descaso do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em autorizar a operação de máquinas no local e provocar a retirada do ecossistema. “Matinhos já sofre com a erosão e a prefeitura ainda destrói essa barreira natural”, reclama. Por ironia, no mesmo local existe uma placa colocada pela prefeitura e IAP que alerta a população sobre a preservação do local.
Resposta
Sobre a autorização para o uso das máquinas, o IAP informa que ela foi dada apenas para a remoção de areia de uma parte da calçada próxima à restinga. Segundo o Instituto, após a denúncia do professor foi realizada uma vistoria no local e constatou-se que os danos da intervenção foram mínimos. O IAP fez um relatório e o enviou à prefeitura delimitando onde as máquinas podem passar, onde é permitido depositar areia e quais atividades de manutenção podem ser realizadas no local. A Secretaria de Meio Ambiente de Matinhos foi procurada pela reportagem para falar sobre o caso, mas ninguém foi encontrado.
Sobre a sujeira nesses locais, o IAP informou que a responsabilidade da retirada do lixo do local é das prefeituras dos municípios, que têm recebido ajuda da Operação Verão na coleta de lixo e limpeza da orla e das restingas.
Projeto de engorda não saiu do papel
A ausência da vegetação nas areias de Matinhos é um dos motivos que levam a cidade a ter terrenos quase cobertos pela água do mar. Casas na beira-mar, próximas ao centro da cidade e ao Balneário Florida, que apresenta áreas com erosões avançadas, sofrem com a ameaça de ressacas. “A especulação imobiliária destruiu as restingas”, afirma o professor Angelotti.
A empresária Maria do Carmo Chemin de Oliveira, moradora da região, diz que se não houvesse pedras na areia, a água já teria avançado mais e destruído terrenos que ficam de frente para o mar. “Minha casa e a dos vizinhos está com o piso rachado”, diz ela, que participa do movimento Matinhos Pede Socorro.
Ela e outros moradores reclamam da demora na realização das obras para a revitalização da orla de Matinhos. Um projeto, já aprovado, faria a “engorda” da praia entre os balneários de Caiobá e Flórida, áreas afetadas pela erosão. As obras, entretanto, dependem de um projeto de responsabilidade do governo do Paraná. “Esperamos isso por muito tempo e não temos resposta”, disse o também empresário João Carlos Bencz.
De acordo com o governo do Paraná, a demora para a concretização do projeto ocorre porque o governo anterior tinha apenas um projeto básico, que não englobaria todas as necessidades e estudos para as obras. Em novembro de 2011, o governador Beto Richa autorizou a liberação de verba para a contratação de uma empresa que fará os estudos necessários ainda este ano. Segundo o governo, o processo deve ser longo.
IAP sinaliza locais contra estacionamento
O Instituto Ambiental do Paraná começou a colocar placas de sinalização ao longo da orla paranaense para evitar o acesso de veículos automotores na faixa de areia e a destruição de vegetação das áreas de restinga. O trabalho é realizado em parceria com municípios, moradores e o Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar.
Onde há placas indicativas, o infrator está sujeito à multa mínima de R$ 5 mil, para carro ou motocicleta. O valor pode chegar a R$ 50 mil, em casos de reincidência. A fiscalização também verifica e manda retirar construções sobre essas áreas.
Denúncias sobre a presença de veículos sobre a vegetação de restinga podem ser feitas pelo telefone 0800-643-0304 .
O Instituto Ambiental do Paraná começou a colocar placas de sinalização ao longo da orla paranaense para evitar o acesso de veículos automotores na faixa de areia e a destruição de vegetação das áreas de restinga. O trabalho é realizado em parceria com municípios, moradores e o Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar.
Onde há placas indicativas, o infrator está sujeito à multa mínima de R$ 5 mil, para carro ou motocicleta. O valor pode chegar a R$ 50 mil, em casos de reincidência. A fiscalização também verifica e manda retirar construções sobre essas áreas.
Denúncias sobre a presença de veículos sobre a vegetação de restinga podem ser feitas pelo telefone 0800-643-0304 .
Por Rodrigo Batista | Fonte: Gazeta do Povo
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