Fiscalização nas praias é intensificada com a chegada do verão

Técnicos alertam comerciantes e banhistas sobre a utilização de veículos motorizados na areia das praias do Litoral alagoano

Com a chegada do verão e o aumento das atividades em zonas costeiras, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) intensifica o monitoramento, a fiscalização e a orientação a banhistas e comerciantes. O órgão tem recebido denuncias quanto à utilização de veículos motorizados na área de algumas praias e iniciou ações preventivas para coibir a prática, arriscada tanto para os usuários quanto para a flora e a fauna local. A primeira operação aconteceu neste sábado (7), em Ipioca.

A atividade resultou na intimação de quatro comerciantes, que terão cinco dias úteis para comparecer ao IMA e prestar esclarecimentos. Entre eles, estão dois proprietários de estabelecimentos comerciais intimados por construir obras de contenção de erosão marinha sem licenciamento ambiental e com material inadequado. Os outros dois são proprietários de quadriciclos, que receberam a orientação de paralisar as atividades de locação em zona costeira.

A medida foi tomada para evitar danos ambientais e teve como base a Lei Federal n º 7.661, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, além do Decreto nº 5.300 que regulamenta a lei citada.

Durante a fiscalização, os técnicos flagraram nove quadriciclos, um bugre e uma caminhonete S10 com 11 pessoas na carroceria trafegando na Praia de Ipioca. Segundo o diretor-técnico do IMA, Ricardo César Oliveira, a utilização desses veículos em zonas costeiras provoca sérios danos ambientais, entre eles a descaracterização de feições morfológicas - como bermas, cristas de praia e cordões arenosos - e da vegetação predominante em faixas de praia, que proporcionam estabilidade ao ambiente.

Outro dano é a compactação da areia da praia, ocasionada pelo peso dos veículos, o que afeta diretamente o desenvolvimento da fauna existente na parte das intermarés, regiões cobertas e descobertas de água pelas marés, e pós-praia, região fora do alcance das ondas e marés normais e que é composta por pequenos crustáceos e ninhos de quelônios.

O coordenador jurídico do IMA, Antônio de Pádua, lembra ainda alguns outros possíveis problemas, a exemplo do vazamento de óleo e gasolina e a incompatibilidade de uso da área entre banhistas e veículos.
Técnicos orientaram sobre práticas perigosas tanto para usuários quanto para a fauna e a flora
“Só no ano passado, presenciei três acidentes de quadriciclos envolvendo banhistas”, contou um funcionário do Hotel Salinas que pediu para não ser identificado. Já a moradora de Ipioca Graça Lopes disse ter presenciado a realização de ‘pegas’ entre quadriciclos e, na semana passada, um banhista teria sido atropelado.

Fonte:  http://www.agenciaalagoas.al.gov.br

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