Conexões entre terra e mar
Pesquisadores desenvolvem DVD e livro para mostrar à população a intensidade e a importância das interações naturais entre o oceano e o continente e de que forma a interferência provocada por atividades humanas pode disseminar danos ambientais.
O rio Jaguaribe, no Ceará, foi o principal ponto de estudo do projeto, que mostra que os impactos locais de atividades humanas como a pesca podem ser disseminados para vários ecossistemas (foto: Carlinhos Medeiros / CC BY-NC-ND 2.0). |
O planeta é movido por variadas interações entre seus ambientes. Mas essas conexões também permitem que os impactos gerados por atividades humanas locais sejam disseminados por grandes áreas. Para orientar e chamar a atenção da população para esse problema, acabam de ser lançados um DVD e um livro que analisam as ações antrópicas e naturais que atingem os oceanos e os continentes, além das mudanças ambientais que elas podem provocar.
O material faz parte do projeto ‘Transferência de materiais na interface continente-oceano’ e resulta de estudos realizados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Transferência de Materiais Continente-Oceano (INCT-TMCOcean), que reúne 13 instituições de pesquisa de todo o país.
Pesquisas do INCT-TMCOcean revelam que as interações entre continente e oceano são extremamente importantes para manter o equilíbrio da natureza. Mas a área onde ocorre essa interface abriga 70% da população do planeta e atividades humanas como pesca, geração de energia, mineração e agropecuária provocam alto grau de interferência, o que, consequentemente, pode gerar danos ambientais.
“Quem apenas olha não imagina o quanto o mar ou o oceano podem ser afetados por atividades realizadas a milhares de quilômetros de distância dali”, ressalta o coordenador do projeto, o biólogo Luiz Drude de Lacerda, membro do INCT-TMCOcean e pesquisador da Universidade Federal do Ceará.
O material faz parte do projeto ‘Transferência de materiais na interface continente-oceano’ e resulta de estudos realizados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Transferência de Materiais Continente-Oceano (INCT-TMCOcean), que reúne 13 instituições de pesquisa de todo o país.
Pesquisas do INCT-TMCOcean revelam que as interações entre continente e oceano são extremamente importantes para manter o equilíbrio da natureza. Mas a área onde ocorre essa interface abriga 70% da população do planeta e atividades humanas como pesca, geração de energia, mineração e agropecuária provocam alto grau de interferência, o que, consequentemente, pode gerar danos ambientais.
“Quem apenas olha não imagina o quanto o mar ou o oceano podem ser afetados por atividades realizadas a milhares de quilômetros de distância dali”, ressalta o coordenador do projeto, o biólogo Luiz Drude de Lacerda, membro do INCT-TMCOcean e pesquisador da Universidade Federal do Ceará.
A interferência humana próximo aos rios intensifica a erosão em suas margens, o que aumenta o volume de material lançado no mar
Esse efeito se deve à troca de sedimentos que ocorre desde as nascentes até a desembocadura dos rios. Segundo Lacerda, a interferência humana próximo aos rios intensifica a erosão em suas margens, o que aumenta o volume de material transferido dos continentes para os rios e posteriormente lançado no mar. Nesse caminho, diversos ecossistemas são alterados e, consequentemente, a vida de muitas pessoas.
Muitos dos dados usados no projeto foram obtidos a partir de estudos do Instituto do Milênio Estuários, que avalia a situação de diferentes estuários do Brasil. Além da água dos oceanos, foram observados regiões ribeirinhas e leitos de rios. Dados como temperatura e pluviosidade da região e volume de água foram coletados em tempo real em diferentes locais. Além disso, foram instalados pontos de análise fixos em certos estuários e partes de rios e algumas informações eram transmitidas do oceano por um navio.
Segundo Lacerda, a quantidade e a qualidade dos sedimentos e outros materiais continentais levados pelos rios aos oceanos variam de acordo com a estrutura física e geológica de cada região. Por isso, as análises foram feitas em praticamente todo o território nacional, com a participação de instituições de estados como São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Bahia e Rio de Janeiro. Os pesquisadores também contaram com as informações geradas pelo projeto ‘Land-Ocean Interactions in the Costal Zone’ (em português, Interações continente-oceano na zona costeira), uma iniciativa da Unesco para avaliar a interface entre esses ambientes em nível mundial.
Muitos dos dados usados no projeto foram obtidos a partir de estudos do Instituto do Milênio Estuários, que avalia a situação de diferentes estuários do Brasil. Além da água dos oceanos, foram observados regiões ribeirinhas e leitos de rios. Dados como temperatura e pluviosidade da região e volume de água foram coletados em tempo real em diferentes locais. Além disso, foram instalados pontos de análise fixos em certos estuários e partes de rios e algumas informações eram transmitidas do oceano por um navio.
Segundo Lacerda, a quantidade e a qualidade dos sedimentos e outros materiais continentais levados pelos rios aos oceanos variam de acordo com a estrutura física e geológica de cada região. Por isso, as análises foram feitas em praticamente todo o território nacional, com a participação de instituições de estados como São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Bahia e Rio de Janeiro. Os pesquisadores também contaram com as informações geradas pelo projeto ‘Land-Ocean Interactions in the Costal Zone’ (em português, Interações continente-oceano na zona costeira), uma iniciativa da Unesco para avaliar a interface entre esses ambientes em nível mundial.
Assista a um trecho do DVD ‘Transferência de materiais na interface continente-oceano'.
Mais acesso à informação científica
Lacerda explica que a produção do DVD e do livro tem a intenção de divulgar a informação científica de forma um pouco mais didática. “O material pode auxiliar em aulas de ensino médio e universidade e até ser útil para outros cientistas interessados no tema”, avalia.
No entanto, o pesquisador lembra que os mais afetados pelas alterações ambientais são justamente aqueles com menos acesso às informações científicas. “A população ribeirinha também precisa estar a par do que acontece em sua região”, defende, acrescentando que os resultados das pesquisas de cada local são apresentados em reuniões e debates para a comunidade. “Além disso, estamos expandindo a divulgação do vídeo, com o objetivo de mudar o comportamento da população e propor uma nova forma de ocupação das áreas em questão.”
“A população ribeirinha também precisa estar a par do que acontece em sua região”
Um estudo desenvolvido por Lacerda mostrou que a América Latina é uma região em que as atividades antrópicas têm impacto tão grande quanto as físicas. “A população tem uma relação mais direta com o ambiente, em especial os rios e oceanos, mas não tem consciência do quanto suas ações podem alterá-lo”, diz.
Segundo o biólogo, as pessoas não estão acostumadas a correlacionar eventos aparentemente distantes. “É de extrema importância que capacitemos a população para enfrentar as contínuas mudanças provocadas por ela mesma ou pela natureza”, salienta.
Por enquanto, o vídeo não está disponível na internet, mas quem quiser pode solicitar o envio gratuito de um exemplar ao coordenador do projeto pelo endereço ldrude@pq.cnpq.br. Várias escolas e institutos já receberam suas cópias. Posteriormente, os pesquisadores pretendem realizar um estudo para avaliar a receptividade das pessoas em relação ao trabalho.
Por: Larissa Rangel Ciência Hoje On-line| Publicado em 08/03/2010 | Atualizado em 08/03/2010
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br
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