O presidente da Administração Regional Hidrográfica do Norte (ARHN), António Guerreiro de Brito, defendeu hoje uma estratégia de intervenção na costa que passe pela retirada de comunidades afetadas pelo avanço do mar.
"Temos que ter noção de que há perigos em localizações junto à costa e temos que planear retiradas, programadas, em algumas zonas. Essa é uma estratégia a médio prazo que importa seguir", afirmou António Guerreiro de Brito.
O presidente da ARHN falava aos jornalistas durante a visita a Castelo de Neiva, em Viana do Castelo, onde hoje arrancou uma obra de "colmatação de uma urgência", para recomposição do cordão dunar destruído nos últimos dias pelo mar, colocando em risco três habitações.
"É preciso uma estratégia compreensiva no sentido de, em certas zonas, podermos fazer de forma calma e ponderada, algum tipo de retirada [de habitações]. Podemos fazer obras de mitigação e de urgência, mas temos de saber adaptar-nos às novas realidades", acrescentou.
Deu como exemplo dessa retirada o caso de Castelo de Neiva, onde as habitações se encontram junto à duna, "entre outras", na região Norte.
"Faço um apelo para que se identifiquem os perigos e se avance com uma política antecipativa do problema, com uma abordagem construtiva e calma", defendeu ainda.
A intervenção que hoje arrancou em Castelo de Neiva vai custar à ARHN 190 mil euros e prevê a criação de uma proteção frontal com enrocamento de pedra de quatro a seis toneladas, numa extensão de 80 metros.
Será igualmente reposta a duna na parte posterior da mesma proteção frontal, sendo que a obra "deverá estar concluída no final do ano".
"O dinheiro é escasso e por ser escasso é que precisamos de ter uma abordagem antecipativa aos problemas, para que haja uma ponderação custo/beneficio das intervenções", rematou António Guerreiro de Brito.
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