Erosão Costeira - Tendência ou Eventos Extremos? O Litoral entre Rio de Janeiro e Cabo Frio, Brasil
RESUMO
O litoral entre Rio de Janeiro e Cabo Frio é formado por extensas praias associadas a cordões litorâneos arenosos, de orientação leste-oeste diretamente expostos a tempestades vindas do sul. O aporte de sedimentos continentais é completamente impedido pelo bloqueio dos cordões, também chamados de barreiras, cuja presença levou à formação de lagunas para as quais convergem os pequenos cursos de água que drenam o flanco oceânico do maciço costeiro.
Não obstante os claros indícios de erosão os resultados obtidos através da comparação de perfis topográficos, ao longo de diferentes arcos de praia, indica que, apesar das amplas variações na largura e volume dos perfis de praia, e mesmo retrogradação da escarpa da pós-praia, a linha de costa, na interseção da face da praia com o nível médio do mar, não apresentou, ao longo das últimas décadas, tendência de migração ou modificação do estoque de sedimentos. Um monitoramento mensal, durante catorze anos, do sistema praia-duna frontal, na praia da Massambaba, próximo ao Cabo Frio, indicou um recuo da crista da duna frontal durante a ação de tempestades extremas com tendência de posterior retorno à sua posição inicial. A formação de um banco na antepraia, após uma das mais severas tempestades, com volume superior ao do campo de dunas frontais, indica que tempestades excepcionais produzem erosão, mas podem também recompor o estoque de areia a partir de remobilização da espessa cobertura de sedimentos quartzosos, da plataforma continental interna, em direção à costa contribuindo para o reequilíbrio do balanço sedimentar.
Dieter Muehe 1
Revista de Gestão Costeira Integrada Volume 11, Número 3, Setembro 2011, Páginas 315-325
O litoral entre Rio de Janeiro e Cabo Frio é formado por extensas praias associadas a cordões litorâneos arenosos, de orientação leste-oeste diretamente expostos a tempestades vindas do sul. O aporte de sedimentos continentais é completamente impedido pelo bloqueio dos cordões, também chamados de barreiras, cuja presença levou à formação de lagunas para as quais convergem os pequenos cursos de água que drenam o flanco oceânico do maciço costeiro.
Não obstante os claros indícios de erosão os resultados obtidos através da comparação de perfis topográficos, ao longo de diferentes arcos de praia, indica que, apesar das amplas variações na largura e volume dos perfis de praia, e mesmo retrogradação da escarpa da pós-praia, a linha de costa, na interseção da face da praia com o nível médio do mar, não apresentou, ao longo das últimas décadas, tendência de migração ou modificação do estoque de sedimentos. Um monitoramento mensal, durante catorze anos, do sistema praia-duna frontal, na praia da Massambaba, próximo ao Cabo Frio, indicou um recuo da crista da duna frontal durante a ação de tempestades extremas com tendência de posterior retorno à sua posição inicial. A formação de um banco na antepraia, após uma das mais severas tempestades, com volume superior ao do campo de dunas frontais, indica que tempestades excepcionais produzem erosão, mas podem também recompor o estoque de areia a partir de remobilização da espessa cobertura de sedimentos quartzosos, da plataforma continental interna, em direção à costa contribuindo para o reequilíbrio do balanço sedimentar.
Dieter Muehe 1
1 - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Programa de Pós-Graduação em Geografia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. e-mail: dieter.muehe@gmail.com
Revista de Gestão Costeira Integrada Volume 11, Número 3, Setembro 2011, Páginas 315-325
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