“Declaração do Algarve” (Portugal) propõe criação de plataforma científica dedicada ao mar

 
O Encontro Mar Português – Conhecimento, Valorização e Desenvolvimento que se realizou na passada semana na Universidade do Algarve terminou com a elaboração da “Declaração do Algarve”. Um documento onde os participantes reconhecem a necessidade de se definir um roteiro para o “Conhecimento, Desenvolvimento e Governação do Mar” e que deverá resultar na criação de uma plataforma aberta à comunidade científica em Ciências e Tecnologias do Mar.
 
Durante o próximo ano, irão ser desenvolvidas propostas mobilizadoras das universidades e dos laboratórios do Estado com departamentos de Investigação e Desenvolvimento na área das Ciências e Tecnologias do Mar através de um processo aberto e participado. Um trabalho que deverá ser desencadeado pelo reitor da Universidade do Algarve em colaboração com os moderadores, relatores e outros membros do painel final intitulado:”Ciência e Mar: Investigar, habilitar, cooperar e comunicar”.
 
Importa recordar que este encontro teve o Alto Patrocínio do Presidente da República e contou com a presença de vários responsáveis políticos nacionais, investigadores de universidades portuguesas e dos laboratórios do Estado. Além de assinalar o Dia Nacional do Mar, os organizadores tiveram o intuito de colocar este tema em debate público e político e abrir caminho à tomada de iniciativas do mundo científico e académico que permitam sustentar e reforçar o oceano como elemento com potencial importante para o desenvolvimento nacional.
 
A “Declaração do Algarve” reconhece que as Universidades têm um papel importante a desempenhar nesta área através da criação de conhecimento e competências na sociedade. “Assumir as Ciências e Tecnologias do Mar, incluindo a componente social, como pilar essencial do desenvolvimento estratégico e sustentável dos espaços marítimos nacionais; Assegurar as condições para o reforço da capacidade de investigação em áreas nucleares para a implementação das políticas públicas com incidência no Mar, para o avanço do conhecimento fundamental e para o desenvolvimento económico na área do mar, incluindo a valorização dos recursos biológicos, minerais e energéticos marinhos; Garantir o acesso a infraestruturas e a equipamentos adequados nomeadamente a plataformas de investigação, bem como a estruturação e acesso a sistemas de gestão de dados e informação; Reforçar a formação continuada de recursos humanos especializados em Ciências e Tecnologias do Mar, alargando esta ação aos países da CPLP; Reforçar a participação dos cientistas, instituições nacionais em redes de infraestruturas, de investigação e de inovação internacionais, como forma de potenciar a capacidade do país nesta área do conhecimento e de afirmar o seu papel no contexto internacional; Assegurar processos de decisão transparentes e baseados no melhor conhecimento científico através da implementação, a todos os níveis da administração, de mecanismos de consulta à comunidade científica, para além de assessoria técnica, com vista ao desenvolvimento e gestão sustentável dos recursos e ambiente marinho; Aprofundar a cooperação entre as entidades produtoras de conhecimento e o setor empresarial; e, aproximar as Universidades e a Ciência à Sociedade Civil, como forma de assegurar a ligação entre a produção de conhecimento e as necessidades e ambições dos cidadãos”, são as linhas estratégias enumeradas na declaração.

Fonte: Publicado por  | http://www.jornaldoalgarve.pt

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