Jaboatão e CPRH discutem projeto contra o avanço do mar



Ainda com o gosto das ressacas do mar, técnicos da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes e da Agência Pernambucana de Meio Ambientes (CPRH) se encontram hoje. Na pauta, o projeto executivo para conter o avanço das águas, que mudou bastante as paisagens de Piedade, Candeias e Barra de Jangada.

O encontro é amigável. Mas com um ingrediente: a pressão. O município, primeiro do estado a ter uma proposta desse tipo, quer o projeto aprovado o mais rápido possível. Por trás desse interesse, a pressão de milhares de famílias que veem seus patrimônios tragados pelas águas.
As praias de Piedade e Candeias mal lembram o que vi no início dos 1980. Na época, boa parte da faixa de areia era coberta pela restinga. Poucos edifícios existiam. E não conseguia entender, aos vê-los subir, como se construía algo praticamente atingido pelas ondas nos meses de marés altas.

Três décadas se foram. Os estragos estão em Jaboatão e outros municípios pernambucanos. Em Recife, pedras ocupam lugar da areia de Boa Viagem. Um paliativo para se evitar o pior. O mesmo ocorre em Olinda e Paulista.

Correndo contra o prejuízo, assim como faz Jaboatão, o governo do estado puxou para si a coordenação de projetos voltados para a Região Metropolitana. É uma corrida contra o tempo e o mar. A meta do estado é concluir os estudos até o final de novembro. Todos os serviços ficariam prontos no próximo ano.

Enquanto as obras não saem do papel, surgem questionamentos. Alguns estão na enquete ao lado (participe!). O propósito não é condenar. Ao contrário, refletir. Tirar lições de um fenômeno que atormenta a vida de muitos.

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