Maré alta deixa destruição no litoral do Grande Recife.
Para quarta-feira (31), a tábua de marés prevê preamar de 2,7 metros às 5h08. A água volta a subir às 17h32
Foto: Luciana Ourique/JC Imagem
O litoral do Grande Recife ficou marcado, nesta terça-feira (30), pela maré alta característica do fim de agosto. Casas ficaram destruídas, estabelecimentos à beira-mar foram danificados, barcos de pescadores que estavam na areia foram arrastados, ondas invadiram alguns pontos do calçadão e atravessaram o muro de contenção. Para quarta-feira (31), a tábua de marés, elaborada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, prevê preamar de 2,7 metros às 5h08. A água volta a subir às 17h32.
Na orla de Paulista, o mar atravessou a faixa de areia e alcançou alguns imóveis. "Na madrugada da segunda, a força das ondas já havia derrubado uma árvore e o muro de uma casa na beira-mar de Pau Amarelo. “Moro aqui há 14 anos e nunca tinha visto isso. Agora temos que procurar, com urgência, outra casa para alugar”, lamentou a moradora Rita de Kássia Moreira, 27 anos.
Ao lado da casa de Rita, a comerciante Maria Helena dos Santos, 33, tinha um bar que também servia de moradia para ela e a filha. No entanto, com o avanço das ondas, o casebre de madeira foi arrastado para o mar. “Eu senti o tremor na hora que o barraco ia cair, só tive tempo de pegar minha filha e retirar alguns objetos”, explicou. A mulher ainda conseguiu salvar o colchão, dois refrigeradores e algumas panelas. “Não sei o que vou fazer agora, pois minha vida estava aqui, investi tudo o que tinha nesse lugar”, lamentou. Na orla de Pau Amarelo, os moradores ainda estão temerosos com a ameaça da queda de um poste.
Em Boa Viagem, Zona Sul da capital, a elevação da água do mar chegou a 2,5 metros às 16h49. As ondas alcançaram pontos do calçadão, chegando a molhar as pessoas. Quem trabalha na área diz que já está acostumado com a alta da maré nesta época do ano. Proprietária de um quiosque, Julita Oliveira, 30, disse que a onda chega a atingir o estabelecimento.
Já o empresário Fernando Rêgo, 40, mora desde 1998 na Avenida Boa Viagem, e está pensando em se desfazer do imóvel por conta da invasão do mar. “As pedras que a prefeitura colocou para conter as ondas estão caindo. E isso só faz piorar. Ano a ano o mar avança mais.”
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