Impacto das obras de engenharia costeira na contenção do avanço do mar
Figura 1 - Enrocamento: Praia de Piedade | Jaboatão dos Guararapes-PE
Muitos dos problemas existentes derivados de obras de engenharia para contenção do avanço do mar em áreas urbanas são provenientes de diversas intervenções, que desequilibraram o balanço sedimentar com a construção de portos, espigões, quebra-mares, enrocamentos, muros, etc. No passado a concepção dos projetos de obras costeiras, não considerava o equilíbrio morfológico da costa de forma mais ampla, e as obras de proteção costeira desencadearam processos erosivos.
O desenvolvimento de um projeto de contenção costeira deve ser interativo, para que o produto final seja o melhor do ponto de vista técnico e econômico, e deve ser aceitável para os demais tomadores de decisão e de todos os parceiros do projeto.
A solução dos problemas de engenharia costeira começa com a compreensão do papel do engenheiro como um planejador e projetista. A concepção do projeto e os processos de planejamento são fundamentais para sua evolução, com o detalhamento de cada fase de desenvolvimento do projeto. O planejador e projetista deve seguir uma lógica de engenharia, independente do tipo de projeto, escala, localização geográfica, ou patrocinador.
Segundo as orientações do Coastal Enginnering Manual – CEM (Manual de Engenharia Costeira) do Departamento de Engenharia do Exército dos EUA, para se elaborar um bom projeto de defesa costeira é necessário responder apenas a duas perguntas “ Qual é o problema?” e “Qual é exatamente o projeto que se está tentando realizar?”. Por mais trivial que pareça, estas são as mais importantes e mais difíceis perguntas para responder.
No livro “Recuperação de praias e dunas” do Professor Karl Nordstorm, publicado em 2010, ficou caracterizado a necessidade de se buscar melhor eficácia nas ações para encontrar soluções que tragam benefícios ambientais no controle da erosão costeira. É preciso atingir metas de recuperação de praias com a utilização de um novo conceito de naturalidade, buscando nas soluções de engenharia a reconstrução da paisagem natural.
Independente da escolha da obra de engenharia a ser utilizada é necessário considerar no planejamento destas obras uma visão de médio e longo prazo, levando em consideração o custo-benefício e a opção por técnicas de proteção alternativas que levem em consideração de forma concomitante os seguintes fatores: a durabilidade das intervenções, o impacto ambiental causado, a disponibilidade dos materiais, o custo de implantação e o custo de manutenção da obra.
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