PROTEÇÃO COSTEIRA: USO DO SANDBAG NA PRAIA DE GUAXINDIBA/ES

 

COASTAL WORKS: USE OF SANDBAG IN GUAXINDIBA BEACH/ES, BRAZIL


No dia 11/11/2020, foi iniciada a obra do Sandbag, uma estrutura enterrada na areia da praia, não rígida, e tem o objetivo de induzir a recuperação do perfil da praia (Foto 1). A obra é complementar ao enrocamento construído em frente a Pousada Mirante para ajudar na recuperação da praia natural recreativa na praia da Guaxindiba, Conceição da Barra/ES.

Foto 1 – Inicio da obra do dissipador de energia Sandbag no Espírito Santo.     Fonte Autoral

A praia de Guaxindiba, localizada no município de Conceição da Barra, no estado do Espírito Santo, encontra-se atualmente com forte processo erosivo instalado, colocando em risco pessoas e bens.

Em 2011 logo após a construção da obra, a força do mar destruiu parte da obra da Bugia e, pela primeira vez, atingiu com gravidade a vizinha praia da Guaxindiba, que desde então sofre os efeitos devastadores, provocando sérios danos as estruturas existentes da rede hoteleira, restaurantes e residências.

HISTÓRICO DA OBRA DE CONTENÇÃO NA PRAIA DA BUGIA

Foi adotada na vizinha praia da Bugia uma solução clássica de engenharia, trata-se de um grupo de cinco espigões em série no formato de ferradura, com engorda artificial de praia nos trechos localizados entre eles (Imagem 1). Os espigões estão entre as obras de proteção costeira das mais utilizadas para o controle da erosão marinha. Eles podem ser utilizados isoladamente, em grupo e associados a outras obras longitudinais aderentes, destacadas e alimentação artificial de praias.


Imagem 1- Grupo de cinco espigões na praia da Bugia construídos em 2010.  Fonte: Google Earth

 A obra da Bugia foi para conter a devastação registrada por cerca de 20 anos na foz do rio Cricaré. Em 2006, o bairro da Bugia chegou a ter 80% do seu território destruído pela erosão costeira.

O Projeto

O projeto do DER/ES previu a Construção de um grupo de espigões em forma de ferradura e engorda artificial da praia para contenção da erosão costeira. Os dados referentes a obra são os seguintes:

Custo da obra: R$ 54 milhões

Extensão da obra: 1,7 km

Conclusão da Obra: dezembro/2010

Efeitos colaterais da obra

Em 2011 logo após a construção da obra, a força do mar destruiu parte da obra da Bugia e, pela primeira vez, atingiu com gravidade a vizinha praia da Guaxindiba, que desde então sofre os efeitos devastadores, provocando sérios danos as estruturas existentes da rede hoteleira (foto 2), restaurantes e residências.

Desde então, moradores, empresários e comerciantes começaram a cobrar das autoridades constituídas nas esferas municipal, estadual e federal, uma solução para resolver o problema da erosão costeira indesejada após a construção da obra da Bugia.

Foto 2- Enrocamento em frente a um grande hotel destruindo a praia recreativa.       Foto Autoral

Situação Atual da Guaxindiba

Analisando o quadro existente na Bugia observa-se que provavelmente os espigões construídos, promoveram a interrupção parcial do transporte litorâneo, provocando a quebra do equilíbrio dinâmico na praia adjacente da Guaxindiba, já que ao provocar a diminuição da carga de sedimentos transportados pelas correntes de deriva litorânea, impossibilita a possibilidade de repor sedimentos em eventuais situações de erosão. Este é um dos mais importantes pontos negativos da solução adotada.  

AÇÃO PARA CONTENÇÃO DA EROSÃO COSTEIRA

Após 9 anos da construção da obra da Bugia nada foi resolvido por parte dos atores públicos constituídos para resolver a questão, e a população de Conceição da Barra continua vítima de um processo erosivo indesejado (imagem 2).

Confira no vídeo abaixo gravado no dia 17/08/2020:




Fonte: Mário Dias

É preciso ação para conter a erosão costeira na Guaxindiba. Atualmente apenas os moradores e empresários que tem condição financeira, estão pagando a conta com para salvar pessoas e bens.

A obra do dissipador de energia Sandbag em implantação na praia da Guaxindiba, será monitorada para avaliação de sua eficácia como uma obra complementar na recuperação natural da praia recreativa.

 

FONTE: MARCO LYRA

 


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